segunda-feira, 1 de abril de 2013

Este blog tem andado parado. E por parado, entenda-se morto. Há toda uma panóplia de histórias que poderiam ter sido contadas, mas que por algum motivo, foram adiadas. Preguiça sobretudo. Creio que nos últimos meses a preguiça tomou conta de mim. Poderia ter postado os mil rascunhos aqui inexistentes, mas também esses me parecem carecer de um certo sentido. Este blog era um bem adquirido. Era, e é. Não que excelso esposo alguma vez o tenha considerado. Hoje foi o dia em que soube não termos retorno. Uma história feliz, cheia de percalços, mas que ainda assim, teve um término. Serve o presente para prometer mais actividade por estes lados: Daqui em diante falarei de tudo o que nos fez feliz, tudo o que nos trouxe até à data hoje e ainda assim não evitou um desfecho infeliz. Hoje é o dia em que o meu coração morreu. Apenas fazia sentido tê-lo vivo ao seu lado. Sem isso, sou apenas um invólucro daquilo que fui um dia.

R.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Vamos começar pelo ladinho gastronómico. Para os fofos que querem levar as fofas a jantar e acham que a melhor opção é o McDonalds é a melhor opção, fica aqui a dica: aconselho-vos o que é para mim o melhor restaurante deste Mundo e do outro, a Brasserie de l'Entrecôte, e não me venham cá com lérias porque está espalhado pelo país (no Porto na Foz, e em Lisboa no Campo Pequeno, no Chiado e no Parque das Nações). A ementa não é dada a bardajonices porque simplesmente não há por onde variar. Logo de entradinha (ou couvert, vá) enfiam-se-vos um pãozinho branco e outro de cereais quentinhos com três patés: foie gras, pasta de queijo e ervas, e salmão. De aprés refeição têm direito a saladinha, mas não é um pasto qualquer: é uma coisa fófinha com amêndoas (ou nozes, seja lá o que aquilo for) e molho de vinagrete, ou salmão para os esquisitos. A papinha a sério é Entrecôte com um molho de chorar de tão bom que é, e os gajos ainda trazem batatas fritas sempre quentinhas para a mesa. As sobremesas são o fim da macacada, com mousses e cheesecakes e coisas dessas que as vossas coronárias adoram. Para quem gosta de enfrascar têm um rosé muuuito gostoso. E pronto, é isso. É coisa de ficar 30 euros por pessoa, mas garanto que lucram no final da noite. Quem é amiga, quem é?!


R.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

R. decreta que, por não ter vencido o Dia dos Namorados, se junta a ele. Daqui em diante verificar-se-ão posts manhosinhos e prrrriupiupiu e cor-de-rosinhas. Vá, enjoem-se. Não digam é que eu não avisei!

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Para começo de semana e de blog parece-me bem e apropriado contar a nossa história. Podemos começar pelo dia em que nos conhecemos, também conhecido pelo dia em que nunca mais dormi uma noite sossegada.

Num dia que parecia comum, em que acordei remelosa e a babar-me para almofada como em tantos outros, lá me arrastei para o bloco. Sempre detestei cirurgia programada da coluna mas não se pode ficar só com o filet mignon. Calha a todos, e passar 4 horas a ver por um buraquinho para remover uma hérnia discal a uma velhota que não sai da cama há mais anos do que eu sou viva é coisa de não só me fazer confusão como me deixar com uma dorzinha moedeira no pescoço capaz de incapacitar um rinoceronte. Como tenho amor aos meus ovários, planeio fazer bebés um dia, e avental de chumbo é pesado comó o raio e faz suar, no momento do raio-x de controlo sai da sala. É bom para esticar as perninhas e dar uso às articulações do pescoço. Isso e arejar o sovaquinho. Estava eu a traçar o meu plano de fuga rumo ao sol poente, e deparei-me com ele. Olhou para mim durante mais do que 6 segundos e eu só me lembrava que tinha adormecido a ler um estudo que comprovava que uma fixação durante essa quantidade de tempo comprovava atracção física ou tendências homicidas. Rezei 3 pai-nossos para não ser dos da legião que me apelidava de Satanás por aqueles corredores e perguntei-lhe se era obstetra. Acho que o ofendi. Contou-me que tinha terminado um quisto de Becker, e que nem sequer gostava de sobremaneira. Pela cabeça só me passou "grandessíssimo filho da ****, tem o MEU filet mignon e ainda se queixa..."! Juntei-me a ele e apreciei a sua técnica de "sou a última coca-cola no deserto e as minhas suturas são melhores do que as tuas". O certo é que acabou por me convidar para almoçar umas pataniscas com arroz de feijão pela módica quantia de 3,25 euros no tasco em frente, e me fez pagar a minha metade no final, acompanhada pela frase "a pagar um almoço, que seja num sítio de jeito!". Deixei passar  porque me pareceu que era a única desculpa que podia encontrar para me voltar a convidar fosse para o que fosse. Dito e feito, mais dia menos dia e fomos almoçar. À beirinha mar, o tempo até deu de sua graça e percebi logo a flor de estufa que ele era ao me pedir para trocar de lugar comigo por causa do sol na cara. Mais ponto menos ponto, fizemos como 95% dos casais do Mundo e fodemos até nos apaixonarmos. Até começar a ciumeira, as noites sem dormir a pensar se se andava a roçar no restante mulherio, e exigir exclusividade. Mas isso é história para outro post.

R.

domingo, 27 de janeiro de 2013

Desde a data de ontem tive tempo para pensar no que raio me deu para criar aqui o tasco. Sempre gostei de lhe escrever e desenhar uns rabiscos em post-it: tesa como só eu não me posso dar ao luxo de lhe ofertar um PS3 ou um relógio da Tag Heuer, que eu sei que ele tanto quer. O gajo tem gostos caros, e a minha carteira não se coaduna com tais prazeres. Um arrozinho à bolhão de pato de vez em quando, e já chora o preço das amêijoas. 
Para verem o jeito que abunda neste canto da Invicta para ofertar seja o que for, no meu último aniversário foi-me dada uma escova dos dentes. Cor de rosinha, catita. Ainda fiquei com a sensação de que seria uma indirecta no que toca à minha higiene oral, mas essa questão ultrapassada ficou quando ele posteriormente a deitou ao lixo (sim, ao lixo), e explicou que era apenas uma questão afectuosa ligada à frase "gostava que passasses mais tempo cá em casa" (que levou a merecida resposta, com a oferta de uma caixa de preservativos acompanhada pela frase "gostava que passasses mais tempo a utilizá-los").
Assim sendo, uma pessoa tem de jogar com aquilo que tem, que no meu caso é a paciência para escrever, trabalhos manuais e cozinhados. Descansem-se que não sou a sopeira deste palácio: não há cá colarinhos engomados nem jantar pronto às 8, mas cada um mostra o quanto gosta da maneira que bem lhe apraz. Isso e tenho demasiado medo de apanhar uma intoxicação alimentar com os seus dotes culinários.
Verdade seja dita, tirando os gostos comuns (desde a pornografia às séries de fim de noite) e os 20 metros quadrados deste flat studio à beira da paragem de autocarro plantado, partilhamos muito poucas responsabilidades. Esta é uma tentativa (que provavelmente sairá frustrada) de criação de um bem adquirido: o supra referido tasco. Ele esperneia, ele estrebucha, mas os únicos que temos são umas tacinhas de plástico do IKEA e memórias de umas férias em Peniche. Por isso, esperançosamente, ele pedir-me-á, de joelhos, a password daqui do canto, e ele mesmo dirigir-vos-á umas palavrinhas entre o jogo do Benfica e a hora do jantar.

R.

sábado, 26 de janeiro de 2013


Este blog poderia ser sobre uma grande história de amor, daquelas que pululam nos corações das jovens deste Mundo. Este blog poderia ser sobre um casal perfeito, que encontrou na existência um do outro a plenitude e a impecabilidade. Mas não. Este blog é sobre um casal a sério.

Este não pretende ser um blog delicodoce sobre as mais recentemente adquiridas peças de decoração para a casa. Aliás, este blog é uma péssima desculpa para as fracas capacidades financeiras e criativas da dona daqui do tasco no que toca a prendas de aniversário de namoro. Sim, estamos prestes a comemorar o nosso primeiro aniversário, e excelso gajo é menino para ter tudo o que é necessário: tomamos banho antes de irmos à missa, na despensa há em dias menos maus pelo menos esparguete, e em alguns sábados do ano é dia de limpeza (regra geral em dias de discussão ou de situação pré-exame). Vai daí, convém um mesito antes da dita data excelsa gaja (eu) montar um estaminé que sirva para demonstrar o quanto a minha memória é melhor do que a dele no que a situações passadas toca, assim como à descrição das futuras, ao mesmo tempo que pareço querida.

Somos um casal que já passou as passas do Algarve, e por alguma razão de desígnio divino (que ainda nenhum dos dois percebeu muito bem) amamo-nos de paixão. Daquela paixão que também serve de desculpa para atirar pratos à cara do respectivo ou crimes passionais.

Ele, casmurro e atrasado todos os dias, não sabe lidar com TPM's nem com choradeiras imprevisíveis. Eu, teimosa, birrenta, ciumenta e mentirosa, não tolero problemas de compromisso. Somos uns meninos lindos, e com 10 anos de idade de diferença um do outro a sociedade adora-nos e à nossa relação. Vivemos quase juntos: mais ou menos 98% do tempo. O restante até podemos passar juntos também, mas ele negá-lo-á até à morte por uma questão de não-emasculação e falso sentimento de liberdade. Pobrezinhos, eles e a utopia...

Quanto ao resto... Ainda temos um mês para descobrir. E por cá continuaremos durante muitos anos se... Encontrarmos uma empresa que faça manutenção de paciência a low-cost!

R.